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Depois das recentes passagens por Montevideo, Assunção e Buenos Aires, Frederico Gil e Leonardo Tavares estão agora em Lima, no Peru, onde disputarão, esta semana, um challenger local de 50000$.
Ambos garantiram vaga no quadro principal, sendo que Gil é cabeça-de-série (8º) e defrontará Renato Chavez, um qualifier da casa, de apenas 17 anos, na tentativa de melhorar as performances das semanas anteriores (perdeu sempre na 2ª ronda); já Leonardo Tavares terá a espinhosa missão de enfrentar o quinto cabeça-de-série e 122º melhor jogador mundial, Pablo Cuevas, na sua estreia em quadros principais nesta digressão pela terra batida sul-americana.
Entretanto, Gil e Tavares perderam já na variante de pares, na qual actuaram em parceria. A derrota, natural, deu-se frente aos primeiros cabeças-de-série, Pablo Cuevas e Eduardo Schwank, por 6-2 e 7-5. Recorde-se que os dois portugueses também actuaram juntos em Assunção, há 15 dias atrás, perdendo igualmente na primeira eliminatória.
No seguimento do sucedido na primeira fase de votação, a terra batida continua a ser a superfície em que mais adeptos preferem ver ténis. Usualmente designada por "pó-de-tijolo", este tipo de piso possibilita um ténis mais lento, trocas de bola mais longas e apela muito mais à capacidade física dos jogadores, pelo que, muitas vezes, os encontros são autênticas batalhas e se tornam um épicos duelos, que perduram por largos anos na memória dos espectadores. Por outro lado, a terra batida é, sem dúvida, a superfície de maior tradição no nosso país, quiçá um pouco por força da proximidade com Espanha.
Poderia enumerar um sem número de factores, pesar prós e contras, mas o que é facto é que só cada um poderá falar por si e explicar o porquê do maior interesse em assistir a um duelo nos mais lentos courts de pó-de-tijolo.
Por ora, contudo, todos teremos de nos contentar com as partidas em hardcourt, dado que o Open dos EUA está à porta e todas as atenções do mundo do ténis estão centradas em Flushing Meadows, palco do Grand Slam norte-americano. A seguir, com atenção.
Wimbledon - Relva
Roland Garros - Terra batida
Nesta altura da habitual mudança brusca de superfície para quase todos os principais jogadores e jogadoras do circuito mundial, são muitos os adeptos (e jogadores, claro está) que lamentam o fim das provas de terra batida e outros tantos são os que supiram pela chegada, enfim, da época de relva.
Ao assistir, na passada semana, a alguns jogos do torneio de Queen's, dei-me conta que cada vez mais se pode ver bom ténis em relva, agora que já não prevalece tanto aquele serviço-canhão típico dos que apontavam baterias sobretudo para este "mesito" de relva. Por outro lado, assistimos, recorrentemente, a boas trocas de bola, acompanhadas de graduais subidas à rede, que tornam o jogo atacante bem mais aliciante do ponto de vista do espectador (pelo menos do meu). Mas mantém-se e manter-se-á sempre a controvérsia em torno do tipo de piso que serve melhor os intentos do ténis espectáculo, do bom ténis que é, afinal, aquilo a que todos gostamos de assistir.
Assim sendo, resolvi pôr a votação (na barra lateral direita) esta questão: "Qual é, afinal, a superfície que potencia o melhor ténis?", incluindo, nas possíveis respostas, não só as superfícies de relva e terra batida, atrás referenciadas, mas também o chamado hardcourt, piso em que se disputa o Open dos EUA, bem como o denominado Rebound Ace (Open da Austrália) e ainda a superfície de carpete, típica dos torneios indoor de fim de temporada, e outras opções, que contemplam superfícies menos convencionais que existam por esse mundo fora.
Para saber mais sobre alguns dos vários pisos existentes, pode ler-se a sucinta informação disponibilizada aqui, no site da BBC.
US Open - Hardcourt
AUS Open - Rebound Ace
Ainda ontem assistimos à mais importante partida da temporada de terra batida, já hoje somos confrontados com encontros numa nova superfície, a relva bem verde (por enquanto) dos courts ingleses e alemães. É chegada a altura em que "aparecem" aqueles jogadores com estilo de jogo puramente atacante, adeptos do serviço-vólei, possuidores de um serviço canhão, muito menos eficaz na superfícies ocre, e "desaparecem" alguns dos grandes protagonistas da primeira metade da temporada, incapazes de se adaptar a este piso extremamente rápido.
Outros, porém, dada a maior versatilidade do seu ténis, rapidamente se adaptam à brusca mudança e surgem prontos para o ataque, agora às provas da temporada de relva. É afinal possível hoje em dia conquistar os dois principais torneios do Grand Slam disputados em superfícies tão distintas como terra batida e relva num tão curto espaço de tempo? A verdade é que o último capaz de atingir tal feito foi o genial sueco Bjorn Borg, que "ousou", inclusivé, repeti-lo em três ocasiões consecutivas. Mas, embora mais ninguém o tenha conseguido entretanto, tal parece bastante possível e a prova foi dada o ano passado com a repetição, em Wimbledon, da final de Roland Garros. Só que aí os papéis inverteram-se e venceu Roger Federer, derrotando Rafael Nadal, rei em Paris. O que acontecerá este ano?
Depois de enfrentar claras dificuldades com o seu jogo durante toda a semana, o suíço Roger Federer conquistou o Masters Series de Hamburgo, derrotando, na final, aquele que parecia imbatível na superfície de terra batida, Rafael Nadal. Chegou, assim, ao fim a série impressionante de vitórias do espanhol nesta superfície. Foram 81 de uma sequência que, hoje, durante muito tempo, não pareceu estar em perigo.
Nadal entrou muito confiante em jogo e voltou, no primeiro set, a estar melhor que Federer nos pontos importantes, conquistando-o com alguma facilidade (6-2).
No segundo set, quando Nadal teve dois break-points no segundo jogo de serviço de Federer, para se adiantar no marcador, eram já muitos os que antecipavam um final próximo para a partida. Puro engano. Federer segurou-se bem e, logo depois, quebrou o serviço de Nadal para não mais perder o ascendente psicológico até ao fim, vencendo 11 dos 12 jogos seguintes. Nesse segundo set, um parcial de 6-2 e, no terceiro, um enganador 6-0(!) levaram-no a uma vitória histórica e, certamente, injectam um capital de confiança enorme no suíço, em vésperas de se jogar o mais importante torneio de terra batida da temporada -Roland Garros.
No entanto, importa referir que Nadal continuará a ser o grande favorito à vitória final no torneio parisiense e, caso ambos cheguem ao jogo decisivo, as coisas serão, certamente, bem diferentes. O próprio Nadal admitiu ontem estar "em boa forma e muito confiante. Mesmo que não vença Federer amanhã (hoje), isso não afectará em nada a minha confiança". A verdade é que, não afectando a confiança de Nadal, esta vitória de Federer reforça sobretudo a moral do suíço e vem apimentar, e muito, o final da temporada no pó-de-tijolo.