Sétimo dia do torneio e já se nota o aproximar da fase decisiva, porquanto tem vindo a subir a qualidade tenística e o grau de emotividade dos encontros disputados. Com efeito, os espectadores que ontem, um Sábado bem solarengo, típico de Paris, encheram o complexo de ténis de Roland Garros tiveram o privilégio de assistir a excelentes momentos de ténis, ainda que os resultados finais não tenham sido do agrado de muitos. Isto porque os três franceses que ontem se encontravam em prova foram todos eliminados.
Amélie Mauresmo Paul-Henri Mathieu
Olivier Patience
Amélie Mauresmo, Paul-Henri Mathieu e Olivier Patience caíram às mãos de Lucie Safarova, Igor Andreev e Novak Djokovic, respectivamente, ainda que com grande galhardia e deixaram a representação francesa no torneio a cargo apenas de Marion Bartoli. De Mauresmo dizer que foi afectada pela habitual síndrome do "jogar em casa", tendo cometido muitos erros frente a uma inspirada Safarova. Excelente encontro de ténis este, que a checa venceu por 6-4 e 7-6(7-3); quanto a Mathieu, esperava-se maior réplica do francês, mas este esteve muito desconcentrado, a fazer lembrar o Mathieu dos velhos tempos, alternando o muito bom (pancadas explosivas) com o péssimo (erros directos inacreditáveis); no respeitante a Patience, esteve perto de ser a surpresa do dia. Levou Djokovic a cinco sets, mas a dada altura deu a sensação de que poderia ter vencido em quatro. Faltou-lhe um pouco de calma nas alturas decisivas para dar a alegria que tanto aguardavam os franceses. Djokovic revelou fibra de campeão e venceu, mas o francês provou que não foi por acaso que derrotou Davydenko na edição deste ano do Estoril Open, depois de ter ultrapassado o qualifying. Do seu jogo, ressalta à vista a excelente esquerda a uma mão que possui, uma das mais bonitas pancadas do circuito e característica de quase todos os franceses que fazem parte dos circuitos ATP e WTA.
Melhor sorte teve o muito público espanhol, que apenas sofreu uma mini-desilusão no encontro de Oscar Hernandez, derrotado pelo surpreendente veterano sueco, Jonas Bjorkman.
Bjorkman e o gesto que repete após cada vítória
Este, aos 35 anos, tem sido a revelação da prova, não só por esta se jogar naquela que é a sua superfície menos querida -prefere as mais rápidas-, mas também porque tem revelado uma excelente condição física, que já lhe permitiu recuperar por duas vezes de desvantagens de dois sets para seguir em frente. Ontem, teve uma tarefa mais facilitada, vencendo em quatro partidas. De resto, apenas David Ferrer e Albert Montañes caíram, mas às mãos de outros espanhóis, Fernando Verdasco e Rafael Nadal. Carlos Moya seguiu em frente e até Anabel Medina-Garrigues superou a eslovaca Daniela Hantuchova, num encontro fabuloso, disputado no court 2.
Marcos Baghdatis
No outros encontros, destaque para os apuramentos de Marcos Baghdatis e Lleyton Hewitt. O cipriota tem revelado uma solidez e paciência inesperadas que, aliadas ao seu virtuosismo técnico, lhe têm permitido somar vitórias e o fazem sonhar com mais altos voos; o australiano derrotou o sempre difícil finlandês Jarkko Nieminen e tem confronto agendado com o espanhol Rafael Nadal, na próxima ronda. Do lado feminino, as outras principais favoritas seguiram em frente, com destaque para Ana Ivanovic, Svetlana Kuznetsova e Maria Sharapova. Todos os tenistas atrás referidos (dos que lograram apurar-se) garantiram presença nos oitavos-de-final do torneio, uma vez que ontem foi uma jornada sem qualquer encontro para recuperar.
Para amanhã (hoje) são vários os encontros aguardados com expectativa, entre eles o que envolve a portuguesa Michelle Brito, em acção no quadro júnior do torneio. Programa do dia.
Resultados do dia