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Sexta-feira, 4 de Janeiro de 2008

Entrevista a Coria - 2ª parte


Na continuação da entrevista a Guillermo Coria, realizada pelo site Fue buena, o argentino responde às questões que giram em torno do seu serviço, que todos apontam como responsável pela queda no ranking e consequente desaparecimento dos grandes palcos. A não perder...


- Nos treinos e nos aquecimentos, antes dos jogos, serves sem problemas. Mas quando chega o momento da verdade, fazes várias duplas-faltas seguidas. O que é que pensas nesses momentos?


- Aborreço-me…nos treinos devo ter o melhor saque do circuito. Quando comecei a sentir o problema fazia várias duplas-faltas, mas quase todas seguidas. Depois fazia um set e meio sem grandes erros no serviço e controlava o problema. Mas, depois de um ano e meio sem jogar, era óbvio que teria o mesmo problema, até agravado, com o serviço.
 

- Que explicação encontras para o problema?

- (Pensa) Tenho que aprender a controlar os nervos. Hoje em dia custa-me, não reajo, estou tenso. É uma fase. No dia em que afaste os fantasmas da minha cabeça vou conseguir voltar em força. Por isso não me preocupa muito se perco dez encontros seguidos. Em 2003 ganhei trinta e muitas partidas consecutivamente. A questão está em manter a vontade, treinar bem como tenho feito e saber que algum dia isto vai mudar.


- Em court tinhas (neste final de 2007) uma atitude negativa, irritavas-te ao primeiro erro...

- Sim, ainda não estou preparado. Não tinha pensado jogar torneios este ano, mas surgiu a oportunidade Belo Horizonte e não podia desaproveitá-la, se não, senti, nunca mais arrancava. Era a minha primeira meta. O segundo passo foi terminar uma partida, acontecesse o que acontecesse, e isso consegui-o no Paraguai, em Assunção. O objectivo é sempre jogar mais, faltam-me ainda 100 sets para recuperar o ritmo. Por cá, em treinos com o (Nicolas) Devilder, não fiz nenhuma dupla-falta e ganhei-lhe 6-1 e 6-2, para espanto de todos. Assim como estou, sinto-me mais jogador que em 2003 ou 2004, mas falta-me mostrá-lo em encontros oficiais.


- Não ajudaria se tivesses menos pressão à tua volta? A presença das pessoas, da imprensa, das câmaras parece afectar-te muito...

- Sim, obviamente afecta. Se te dissesse que não estaria a mentir. Quando treino, se não há ninguém ou há pouca gente a assistir, sirvo de forma incrível. Falta é soltar-me nos encontros a sério, ir adquirindo confiança. Da mesma maneira, também erro 50 esquerdas, uma coisa impensável há uns anos atrás. O que acontece é que no serviço é mais crítico, porque é o que dá início ao ponto. Mas em algum momento isto mudará.


- Pelo menos acalentas esperanças de regressar aos velhos tempos.

- Para dizer a verdade, antes afectava-me o facto de fazer 10, 20 ou 30 duplas-faltas. Noutro dia, no jogo com o Roitman saí contente, salvo com o primeiro set em que não me consegui abstrair do facto de estar a jogar à noite. Dá cabo de mim isso, não sabia que era disputado à noite o torneio de Aracajú. Estou a dar tudo para regressar aos courts. Quando jogo durante o dia sinto-me bem. Este problema do serviço começou no jogo com o Massú, no US Open’05. Meti-me nele sozinho e sozinho dele hei-de sair.


- Quanto pensas que as coisas mudarão?

- Não fixei nenhum prazo. Levará o seu tempo e tenho de estar consciente disso. Espero que seja rápido, mas se soubesse estaria mais tranquilo. Oxalá esteja na máxima força já no próximo ano.


- Foste a um reconhecido psicólogo do ténis, Jim Loher.

- Fui dois ou três dias a Orlando. Ele já não atende pacientes, dá apenas conferências. A oportunidade surgiu através da IMG. Ele deu-me um par de conselhos e disse-me também para não dar muito importância aos críticos. Trabalhei com outros psicólogos também e estou convencido que isso me ajuda, mas a resolução do problema depende muito de mim. Hoje em dia estou a jogar, porque tenho vontade de cumprir metas pendentes e, quando voltar em força, estarei de novo lá por cima.


– Crês que é possível ainda atingires um grande feito?

– Sim! Levará o seu tempo, porque me falta muito ritmo ainda. Mas acredito, porque demonstro coisas muito boas nos treinos. Comparo-me com o tenista que era há 3 anos atrás e concluo que estou melhor fisicamente, tenho mais armas e bastante mais força. Esta parte é natural no processo de recuperação. Já sentia alguma falta de estar em hotéis, viajar...tenho vontade de ir aos Jogos Olímpicos, evento que nunca tive oportunidade de jogar e no qual gostava de participar antes de retirar-me.

(continua...)

publicado por Morais às 01:29
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Quinta-feira, 3 de Janeiro de 2008

Entrevista a Coria - 1ª parte

 


Aproveitando o excelente trabalho desenvolvido pelos jornalistas do site Fue buena, resolvi traduzir a interessante entrevista feita por um deles a Guillermo Coria, o argentino que se encontra afastado das luzes da ribalta há já mais de um ano.

Por ocasião da sua esporádica participação num evento challenger, em Aracajú, Brasil, Coria falou do seu actual momento de forma, da época que aí vem e da sua biografia, que vai lançar em livro. E é justamente por aí que começa esta primeira parte da entrevista que publico.



Sempre me agradou a ideia de contar as minhas vivências, as boas e más experiências, responder ao que me perguntam as pessoas com quem me cruzo na rua, os meus fãs que me escrevem no fórum (forocoria.com). Gostava de partilhar com elas o que me aconteceu, porque parei, o que senti quando estava no auge da carreira e, depois, quando estava em baixo...” (Coria)



- Quando pensaste escrevê-la?


- Sempre gostei de biografias. Graças ao ténis pude viver experiências inesquecíveis, conhecer pessoas que nunca pensei vir a conhecer, como o Bono, uma vez, em Montecarlo. Uma biografia que me marcou foi a do Maradona, porque contou coisas que te tocam. Oxalá que este meu livro também possa ajudar alguém, porque isso seria uma grande recompensa.

 


- Que gostarias de nos contar agora?


- Hmm…explicar como, de um momento para o outro, deixei de conseguir ganhar até a um tipo sem ranking (sorrisos). E como faço para andar em frente. Não atravessei o pior momento da minha vida, muito pelo contrário. Este ano foi, em termos pessoais, quase como 2003 em termos desportivos (leia-se, muito bom!). Vivi experiências que dantes não podia viver.

 


- Como por exemplo...


- Bom, estar com a minha esposa (Carla) em nossa casa, na nossa cama. Dantes, a nossa casa era sempre um hotel, diferente quase todas as semanas. Poder visitar o meu irmão, jogar PlayStation com ele e os meus amigos, não ter horários, dar um salto a Venado Tuerto para um almoço em família, jogar futebol num campo próximo, conhecer o Sul, Perito Moreno, ir à Disney pela primeira vez, também com a Carla…Vivi nos EUA um ano e meio e nunca lá tinha estado! Pude fazer tudo isto durante este tempo de ausência.

 


- Falavas de estar em cima e em baixo… na tua melhor época todos te viam como um vencedor, que se impunha nos momentos difíceis. Quando te começaram a surgir as dúvidas?


- Quando perdi a vontade de entrar em court e lutar, quando me passou a ser indiferente o ganhar ou perder.

 


- E quando aconteceu isso? Uma situação pontual, um encontro que te marcou...


- Hmm, não foi um encontro. Muita gente diz que foi depois de Roland Garros’04 que comecei a fraquejar, mas não é verdade. Nesse ano estava em segundo na Corrida dos Campeões e, se ganhasse em Paris, passaria à frente do Federer com a temporada a meio. Mas, então, veio a lesão no ombro...no encontro dos quartos-de-final (RG’04), com o Moyà. Esse torneio de Roland Garros tinha-o quase ganho, é verdade, tive mesmo dois match-points na final, mas já estava lesionado. São coisas que as pessoas não sabem e que, de certeza, contarei na minha autobiografia. Depois de Roland Garros e da operacão mantive-me no top-10. No entanto, a meio de 2005 já não estava bem comigo mesmo e canalizei os problemas no serviço. Não tinha a mesma vontade de quando era novo, tinha perdido a fome de ténis.

 


- Outras partidas-chave para a tua carreira foram as que jogaste contra o Nadal, em Roma e contra o Ginepri, no US Open.


- Na do US Open’05 já eu estava com problemas psicológicos. A lesão no ombro e a operação foram muito complicadas, nem sequer sabia se iria poder continuar a jogar ténis. Mas, dois meses e meio depois convenci-me que queria jogar a Masters Cup e fui a Xangai, pouco depois de ser operado e sabendo que podia perder 6-0 e 6-0 com toda a gente. Mais tarde, quando cheguei a Roland Garros’06, estava muito cansado e já não sentia a mesma adrenalina por estar entre os 10 primeiros.

 


- Ou seja, vês isto como apenas uma fase.


- Paguei o preço de três duros anos consecutivos na ribalta, até 2006, que foram espetaculares. Na temporada de terra batida não só defendia os meus pontos como ainda melhorava de ano para ano. Devido à minha maneira de jogar, mais tarde ou mais cedo, era provável que isto acontecesse. Mas animicamente nunca me senti mal. Este ano (2007) em que não joguei foi o mais feliz da minha vida.

 


- Sempre foste muito obsessivo com os rankings, o estudo dos teus rivais…


- Sempre procurei superar-me dia a dia, buscar objectivos grandes, difíceis. Antes de entrar no circuito, ninguém dava nada pelo meu físico. Tinha talento, era uma promessa, mas faltava algo mais. Ainda assim, acabei por chegar a nº3 do mundo, alcancei coisas que me surpreenderam e desfrutei delas. Ter sido tão responsável e profissional com o ténis levou-me aonde cheguei, caso contrário nunca o teria conseguido. Toda a gente me “tira” pelo menos 10 quilos e 10 centímetros de altura...se não tivesse sido tudo tão bem planeado nunca teria lá chegado. Talvez tenha sido isto que provocou as minhas lesões, mas se me perguntares se faria o mesmo, caso pudesse voltar dez anos atrás, diria que sim sem hesitar. Foram três anos nos 10 primeiros, consegui coisas que muitos outros não conseguem em toda a carreira. Por exemplo, agora o David (Nalbandian) ganhou dois Masters Series, mas eu, mesmo com os problemas do doping e do ombro já o consegui também, tendo ainda ido a duas ou três finais mais. Consegui coisas muito boas em muito pouco tempo.


(continua...)



publicado por Morais às 13:18
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Segunda-feira, 3 de Dezembro de 2007

Ainda os duelos Federer-Sampras...

A propósito dos três duelos de exibição entre Roger Federer e Pete Sampras, realizados em Seul, Kuala Lumpur e Macau, muito tinta tem corrido sobre um eventual regresso do norte-americano à competição ao mais alto nível. Isto porque, particularmente em duas dessas três ocasiões, Sampras exibiu um ténis de nível bem elevado e se bateu de igual para igual com o actual incontestado nº1 mundial.

Pessoalmente, costumo desvalorizar estes jogos de exibição, pelo simples facto de que não são verdadeiramente competitivos. Precisamente por serem "exibições", os jogadores jogam para o espectáculo, para agradar ao público que acorre a este tipo de eventos e, quase invariavelmente, as partidas acabam decididas num tie-break, ou com sets muito renhidos.

Desta feita, no chamado "Confronto de eras", não houve excepção e, talvez excluindo o primeiro duelo, os restantes foram mesmo muito equilibrados. Mas o simples facto de Sampras ter vencido o último despertou, automaticamente, muitos fãs adormecidos. E não só...

Movido também eu pela curiosidade, resolvi assistir a pedaços desses duelos. E, embora concorde que Federer não jogou ao ritmo que costuma jogar, devo dizer que fiquei agradavelmente surpreendido com a forma física de Sampras e com a destreza no serviço e no vólei, as suas melhores armas.

O americano mostrou que mantém muitas das suas qualidades técnicas intactas e, aos 36 anos, continua a ser dotado de um golpe de serviço a todos os níveis excepcional, de uma direita muito boa e de um jogo de rede de fazer inveja à maior parte dos profissionais de ténis no activo. Sobre o serviço, foi o próprio Federer que admitiu: "não consigo lê-lo, é muito bom, realmente impressionante". E, digo eu, tudo o resto parece lá estar ainda. Sampras não desaprendeu, só não ficamos foi a saber nada sobre a disponibilidade física para jogos em dias consecutivos.

Não quero com estas considerações dizer, obviamente, que partilho da opinião de muitos, que consideram Sampras até melhor que Federer. Parece-me evidente que "Pistol Pete" (sim, continua a fazer sentido a alcunha) tirou enorme partido do facto dos encontros se terem disputado num piso indoor extremamente rápido, conseguindo resolver os seus jogos de serviço com facilidade acrescida e mantendo alguma frescura à custa da grande quantidade de pontos curtos e da menor intensidade dos mais longos.

E Federer até poderá ter facilitado um pouquinho no terceiro embate, depois das vitórias em Seul e Kuala Lumpur. Mas será que o nível de Sampras é assim tão mais baixo? Será que, num piso rápido (relva, alcatifa, mesmo até alguns hardcourts), Federer derrotaria Sampras sem dificuldades como o faz a outros actuais top-10 ou top-20?

Estas são questões que gostaria de ver respondidas, mas não alimento ilusões. Talvez seja mesmo absurdo Sampras arriscar um regresso à competição nestas condições e o americano não esteja para isso.

Muito provavelmente, não teria quaisquer hipóteses de acompanhar o ritmo do ténis actual. Definitivamente, faria muito má figura jogando em pisos lentos. Mas uma segunda metade de temporada (em pisos mais rápidos) de 2008 no circuito ATP seria interessante, quanto mais não fosse pelo reavivar de tempos não muito distantes e pela possibilidade (ainda que remota) de voltarmos a assistir a um duelo entre dois dos melhores tenistas da história do ténis...

  

publicado por Morais às 21:35
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Quarta-feira, 29 de Agosto de 2007

"Tiro" a 208 km/h

Venus Williams a executar o golpe de serviço, o mais poderoso do circuito WTA

Venus Williams bateu o recorde de velocidade de serviço do circuito feminino. Frente à húngara Kira Nagy, na ronda inaugural do Open dos EUA, a norte-americana executou um serviço a 208 km/h e ultrapassou a anterior melhor marca -207 km/h em Roland Garros'07, também da sua autoria-, afirmando-se como a tenista com o serviço mais poderoso do circuito WTA.

É certo que Brenda Schultz-McCarthy, a holandesa que aos 36 anos está de regresso ao activo, "golpeou" uma bola a 209 km/h no passado torneio de Cincinnati, mas a marca não foi homologada por ter sido obtida durante o qualifying do referido evento. E a verdade é que o "título" está muito bem nas mãos de Williams, uma vez que esta continua a ser aquela que mais regularmente serve acima dos 200 km/h, uma velocidade bem impressionante para as senhoras (e para muitos homens) e que vem comprovar o aumento da potência de jogo no circuito feminino.

Ainda assim, esta marca não chega, naturalmente, para assustar as melhores do circuito ATP. Actualmente, o recorde masculino de velocidade de serviço pertence ao norte-americano Andy Roddick, que serviu a 246 km/h(!) no torneio de Queen's de 2004.

 

publicado por Morais às 11:29
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