. Entrevista a Coria - 3ª p...
Nesta última parte da entrevista realizada pelo site Fue buena a Guillermo Coria, o argentino responde a algumas (poucas) questões sobre o seu irmão mais novo, Federico, de 15 anos, que começa agora a apostar no circuito mundial júnior.
- Fantástica experiencia a que viveu o teu irmão: aos 15 anos, treinar com o Safin, em Valencia.
- O meu irmão anda muito feliz, porque adora o ténis. Desfruta dos treinos, ainda que com o sacrifício de estar quase só em Buenos Aires. Para a minha família é difícil ver outro membro começar a viajar com frequência. Este ano começou a treinar com o Hernán (Gumy) e continua com o Roberto Alvarez, que lhe deram a mão. A ideia é desenvolvê-lo este ano e levá-lo a torneios para o próximo. Treinar com o Safin e com outros quarenta jogadores na Academia e ombrear com profissionais e rapazes da sua idade é algo que o ajudará a crescer muito. Veremos se chega, mas condições tem.
- Qual é o estilo dele?
- As pancadas são muito parecidas com as minhas. A esquerda a duas mãos, a preparação da direita, mas fisicamente é mais alto e mais forte, como os rapazes de agora, que tendencialmente são mais crescidos. Com ele nunca falo de ténis. Às vezes lá me desafia para um tie-break e nota-se que está a evoluir muito rápido (suspira). Dantes jogava a meio gás, mas agora tem de ser a sério e ele aborrece-se mesmo se não jogo tudo o que posso e sei. Estamos muito contentes com a forma como ele se sente, mas se vai tornar-se profissional ou não depois se verá, porque poucos lá chegam. Já em pequeno dizia que queria estar em Roland Garros. Adora a vida de um tenista.
- Certamente disseste-lhe para não pensar em comparações…
- Não é fácil. Quando jogam com ele pensam que me estão a ganhar a mim. E há dez anos atrás era tudo muito diferente. Dantes um pouco de talento era suficiente para desiquilibrar, mas agora a estrtura física dos jogadores mudou. Hoje em dia todos são grandes e o facto de ser um bom júnior não quer dizer que depois se tenha êxito enquanto profissional. Costumo dar sempre o exemplo do Olivier Rochus, que foi n°1 mundial júnior e, depois, não sei se chegou a ser nº25 ATP (foi 24º, a 17 de Outubro de 2005). Ele tem é que manter-se tranquilo. Eu próprio gostaria de ter tido as possibilidades que ele tem agora...
Espero que tenha sido do vosso agrado a inclusão da entrevista aqui no blog. Pareceu-me interessante fazê-lo, não só porque nutro uma certa simpatia pelo Coria, mas também pelo facto de ser um jogador algo misterioso e com muito para contar.
Entretanto, recomendo passagens pelo site Fue buena que, apesar de escrito em espanhol, contém artigos muito interessantes e geralmente pequenos, o que torna mais fácil ultrapassar alguma aversão à língua falada no país das pampas.