. #3 - Que é feito de...Mar...
Tempo de regressarmos a esta rúbrica, dedicada a jogadores que andam desaparecidos da ribalta do tenis mundial. Talvez agora que estamos já bem dentro da temporada de relva não seja a altura mais adequada para falar de Martin Verkerk, um tenista que, apesar da sua altura e do seu magnífico serviço, nunca foi capaz de impor-se numa superfície tão rápida. No entanto, havendo tenistas bem mais ilustres para destacar nas imediações do torneio parisiense de Roland Garros, deixei este holandês para o dia que antecede Wimbledon, uma vez que o seu perfil encaixaria no dos bons jogadores de relva. Bem enganador...
Martin Verkerk tardou em aparecer no circuito mundial, fruto da sua carreira universitária, que sempre pôs à frente da carreira desportiva. Os primeiros anos como tenista profissional (é-o desde 1997), foram pautados pelos inúmeros torneios challenger que disputou, sem, contudo, obter resultados de relevo, salvo três ou quatro vitórias. Todavia, foi graças a esses torneios que começou a garantir entrada em torneios de maior gabarito, já em meados da época de 2002. Depois de alguns resultados aceitáveis, foi progredindo no ranking, até atingir o posto 84 com que iniciou o melhor ano da sua carreira: 2003. Nesse ano, vindo do nada, sagrou-se, ainda em Janeiro, vencedor do torneio de Milão, conseguindo uma incrível marca de 109 ases ao longo da semana. Mas o melhor estaria ainda para vir.
Em Abril, em Roland Garros, Verkerk esteve à beira de eliminação no encontro da segunda ronda, frente ao peruano Luís Horna, que eliminara Roger Federer na ronda anterior. O holandês esteve a perder por 5-2 no quarto set (em desvantagem por 2-1 em sets), mas conseguiu salvar três match-points e vencer numa quinta partida desse duelo incrível, para depois iniciar uma caminhada verdadeiramente espantosa -eliminou Carlos Moya e Guillermo Coria-, apenas travada por Juan Carlos Ferrero na final. Nunca antes Verkerk vencera um encontro em torneios do Grand Slam, facto que torna ainda mais memorável esse torneio parisiense de 2003.
No entanto, até ao final do ano não voltaria a sobressair da mesma maneira e, em 2004, teve uma época apenas razoável até ao torneio de Amersfoort, no seu país natal. Aí, conseguiu vencer e parecia estar a querer encaminhar a carreira, quando uma lesão arreliadora no ombro direito o atirou para fora dos courts até ao início desta temporada. A verdade é que, depois do regresso, Verkerk não logrou qualquer vitória (0-9 esta época), apesar de se encontrar no lugar 666 quando no início do presente ano era o nº1533 do ranking ATP.
Uma pena, porque fazem falta ao circuito jogadores tão empolgantes como Verkerk, cujas emoções sempre estão à flor da pele, no bom sentido da expressão.
Uma última nota, a título de curiosidade, vai para o facto do holandês ter passado pelo nosso país, para disputar o Estoril Open, em 2003. Na altura, perdeu na primeira ronda frente ao israelita Harel Levy, fazendo com que poucos se lembrem dessa sua vinda, de tão fugaz que foi.
Para os menos lembrados deste jogador do país das tulipas, poderão ver uma compilação dos bons momentos da sua carreira no vídeo abaixo, ou consultar a sua página na wikipédia.