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Fim-de-semana de grandes emoções nos playoff do Grupo Mundial. Nas eliminatórias realizadas, o destaque vai, naturalmente, para a descida da Suíça ao Grupo I da zona Euro-africana, por troca com a República Checa e para as subidas dos surpreendentes Perú e Israel ao Grupo Mundial.
Em Praga, num duelo de gigantes, checos e suíços lutavam por uma vaga no grupo principal do ténis mundial. Fosse qual fosse o resultado, já era sabido que, na próxima temporada, teremos grandes nomes do ténis masculino a passear classe em courts "secundários". Acabaram por levar a melhor os checos, jogando como verdadeira equipa, tendo Roger Federer sido incapaz de fazer prevalecer a sua qualidade individual, nomeadamente no decisivo par.
Com efeito, as coisas decorreram como o esperado nos singulares, com Roger Federer a vencer os seus dois compromissos individuais -Radek Stepanek caiu em 4 sets e Thomas Berdych em 3- e Stanislas Wawrinka a perder os dois, o último dos quais, frente a Radek Stepanek, decisivo, o que fez do par o jogo mais importante da eliminatória e o principal polo de interesse. Os suíços, valendo-se sobretudo da capacidade de Federer, começaram bem melhor, arrebatando os dois primeiros parciais. No entanto, desperdiçaram a ocasião soberana (match-point) de que dispuseram na terceira partida e os checos Stepanek e Berdych acabaram por operar uma espectacular reviravolta, vencendo esse e os seguintes parciais de uma suada vitória, por 2-6, 5-7, 7-6(9-7), 6-4 e 6-4.
Desta forma, Roger Federer adia mais um pouco a almejada vitória na Taça Davis, uma das lacunas ainda por preencher no seu currículo. E se não era um objectivo primordial, pelo menos por enquanto, o suíço terá de ter muita atenção, porque as oportunidades poderão começar a ser poucas. Não basta querer, até porque sozinho...Federer não faz tudo.
Em Israel, os homens da casa valeram-se do escaldante ambiente no Canada Stadium para derrotar uma forte selecção do Chile. Dudi Sela foi o grande herói dos da casa, vencendo os dois singulares, o último dos quais num épico duelo com Fernando Gonzalez, nº6 mundial.
Mas vamos por partes. A eliminatória começou com um Dudi Sela vs Nicolas Massu e logo aí se viu o que Sela estava a disposto a produzir: ténis atacante, com pancadas poderosas e profundas, e uma capacidade de sofrimento enorme, defendendo tudo o que havia para defender. Massu simplesmente não foi capaz de lidar com tal inspiração e sucumbiu, em apenas quatro parcias.
No entanto, no jogo seguinte, Fernando Gonzalez revelou-se mais eficaz que o seu adversário, Noam Okun, vencendo em quatro partidas e deixando tudo empatado no final do primeiro dia.
Dada a importância que o par assumia, nomeadamente para os isrelitas, assistiu-se a um duelo de uma intensidade espantosa. De um lado, os especialista Andy Ram e Joanathan Erlych, do outro os campeões olímpicos Fernando Gonzalez e Nicolas Massu. O encontro durou quase cinco horas e apenas ficou decidido aos 10-8 do quinto set...a favor dos israelitas. Fantástico!
Ainda assim, a questão não estava resolvida, dada a força dos chilenos nos singulares. Contudo, Dudi Sela voltou a aparecer em grande e, frente a um Fernando Gonzalez em excelente forma, impôs-se em cinco apertados parciais, aproveitando-se do incondicional apoio do público e de algum cansaço acumulado pelo chileno. Estava feito o 3-1 e selado o apuramento de Israel para o Grupo Mundial, do qual farão parte pela primeira vez, desde 1994.
Mais histórico ainda foi o apuramento do Perú. Nunca antes os peruanos haviam estado na primeira linha do ténis mundial, mas graças ao seu melhor jogador, Luís Horna e a um inspirado Ivan Miranda, foram os bielorrussos a descer de divisão. Há que realçar dois aspectos muito importantes para o desfecho da eliminatória: primeiro, a incrível capacidade de superação de Ivan Miranda frente a Max Mirnyi, no primeiro singular, e de Horna frente a Voltchkov, no segundo, operando uma sensacional reviravolta; depois, o piso extremamente lento do Rinconada Country Club, em Lima, claramente desfavorável aos bielorrussos. Mas a Taça Davis funciona mesmo assim e a sorte e o saber estiveram do lado dos peruanos.
Por fim, destaque ainda para as vitórias da Sérvia de Novak Djokovic, frente à Austrália de Lleyton Hewitt e para a despedida em grande de Tim Henman, que contribuiu com duas vitórias, uma no singular e outra no par, para a subida da Grã-Bretanha à primeira divisão.
Abaixo, todos os resultados do playoff do Grupo Mundial da Taça Davis'07. Os perdedores descem à segunda divisão e os vencedores entram no convívio dos grandes.
Playoff do Grupo Mundial - Taça Davis'07
Israel vs Chile: 3-2 (Detalhes)
Sérvia vs Austrália: 4-1 (Detalhes)
Áustria vs Brasil: 4-1 (Detalhes)
Perú vs Bielorrússia: 4-1 (Detalhes)
Grã-Bretanha vs Croácia: 4-1 (Detalhes)
República Checa vs Suíça: 3-2 (Detalhes)
Japão vs Roménia: 2-3 (Detalhes)
Eslováquia vs Coreia do Sul: 2-3 (Detalhes)
Resultados do dia 5 - Singulares Masculinos; Singulares Femininos
p.s.: comentários incluídos nas fotos
Resultados do dia 3 - Singulares masculinos; Singulares femininos
p.s.: comentários inseridos nas fotos
Contrariando o que havia afirmado no passado torneio de Wimbledon, o inglês Tim Henman decidiu retirar-se do circuito profissional já este ano, sendo que tal acontecerá após a próxima eliminatória da Taça Davis, que oporá a Inglaterra à Croácia, a disputar entre 21 e 23 de Setembro, no All England Tennis Club. O britânico despedir-se-á, assim, num palco que lhe é muito querido e onde sonhou, certamente, um dia vencer. Este perto -atingiu as meias-finais de Wimbledon por quatro vezes-, mas acabou, para os ingleses, sempre muito exigentes, demasiado longe.
Para trás ficam as 11 vitórias em torneios ATP (mais 17 finais) e as quase quinhentas vitórias ao mais alto nível, daquele que outrora foi o nº4 mundial.
O norte-americano Andy Roddick sagrou-se vencedor do torneio de Washington. No entanto, o grande portagonista da semana foi o seu compatriota John Isner, que atingiu a final à custa de 5 vitórias consecutivas no tie-break da terceira partida. Aos 22 anos e a jogar apenas o seu segundo torneio profissional, Isner surpreendeu tudo e todos ao vencer, consecutivamente, Tim Henman, Benjamin Becker, Wayne Odesnik, Tommy Haas e Gäel Monfils, antes de baquear frente a Andy Roddick, na final, por 6-4 e 7-6(7-4).
O jovem "gigante" Isner tornou-se, assim, no segundo jogador com ranking mais baixo (416º) da história a atingir uma final de um torneio ATP - apenas superado por Peter Wessels (480º), em s'Hertogenbosch'07- e garantiu uma subida de 223 lugares na hierarquia mundial (Wessels subiu 267(!)). O recorde de encontros consecutivos ganhos num tie-break da partida decisiva, esse muito dificilmente será batido.
Quanto a Andy Roddick, venceu o segundo torneio do ano e 23º da carreira e levou para casa um cheque de 74250$, conseguindo ainda regressar à terceira posição do ranking ATP.
Quarto dia de torneio em Wimbledon e jornada repleta de sol e de boas partidas.
No court reinava, como pode ver-se, a boa disposição por entre os inúmeros fãs que se deslocaram ao All England Club.
O espanhol Rafael Nadal foi um dos vencedores do dia. Aqui, em acção frente ao austríaco Werner Eschauer. Vitória fácil, por 6-2, 6-4 e 6-1.
O russo Marat Safin também se saiu bem do encontro frente ao paquistanês Aisam-Ul-Haq Qureshi, vencendo em três partidas. No entanto, o seu próximo adversário dá pelo nome de Roger Federer, o que parece ser um obstáculo intransponível. Mas, como o próprio Federer admitiu, "Safin é um jogador que, num dia bom, pode ganhar a seja quem for". Amanhã se verá.
Marcos Baghdatis, o simpático cipriota, também garantiu lugar na terceira ronda, fruto da vitória sobre o francês Nicolas Devilder. Na sua segunda preseça em Wimbledon, o cipriota continua a revelar excelentes dotes para o ténis de relva.
Outros dos que têm revelado boa forma neste torneio britânico é o carismático sérvio Novak Djokovic. Desta vez, a vítima foi o americano Amer Delic.
Pior sorte teve Tim Henman, aquele em que todos os ingleses centravam atenções. Depois de uma recuperação espectacular de 2-0 para 2-2 em sets, o britanico deixou escapar uma excelente oportunidade para seguir em frente, perdendo na "negra".
Mérito de Feliciano Lopez, que se mostrou muito concentrado e jogou um ténis de elevadíssimo nível.
Henman deixou o central debaixo de aplausos e prometeu voltar à carga no próximo ano.
Quem conseguiu consumar a reviravolta na sua partida foi o surpreendente russo Nikolay Davydenko. Com um estilo de jogo pouco talhado para esta superfície, o tenista de leste tem sabido adaptar-se bem e foi autor de uma espectacular remontada, vencendo o australiano Chris Guccione.
Também Guillermo Cañas, especialista em superfícies mais lentas, está na terceira ronda. Mas o senhor que se segue é, nada mais nada menos, o australiano Lleyton Hewitt. Não muito boas, portanto, as perspectivas de ir mais longe neste torneio.
Sebastien Grosjean, antigo semi-finalista aqui (2003 e 2004), confirmou estar a atravessar um mau período na sua carreira. Caiu, na segunda ronda, frente ao sueco Robin Soderling.
Já Tommy Haas parece estar de regresso à boa forma, depois da lesão que o manteve afastado dos courts por largo período, e bateu o checo Tomas Zib.
Também Lleyton Hewitt se tem revelado muito eficaz e resolveu o "problema" chamado Simone Bolelli, ultrapassando o italiano com muita facilidade.
Por fim, Jarkko Nieminen caminha a passos largos para o reencontro com Rafael Nadal. Caso vença o russo Mikhayl Youzhny e nadal ultrapasse Robin Soderling, voltarão a enfrentar-se, desta vez nos oitavos-de-final do torneio.
No lado das senhoras, Amélie Mauresmo necessitou de apenas 51 minutos para bater a austríaca Yvonne Meusburger e demonstrou estar preparada para a defesa do título.
Ana Ivanovic tem mostrado grande determinação e pretenderá repetir uma final do Grand Slam, num torneio em que já foi vice-campeã, na variante júnior.
Venus Williams conseguiu, desta feita, uma vitória mais tranquila. Hana Sromova foi a vítima de uma jogadora que está em claro crescendo e poderá ser mesmo uma perigosa adversária.
Por último, também a russa Sharapova, usando o seu vestido inspirado no "Lago dos Cisnes", "voou" para a vitória frente à surpreendente quarto-finalista da edição transacta, a francesa Severine Bremond.
Resultados do dia:
Ordem dos jogos - Dia 5
Novo dia em Wimbledon e, à partida, as previsões quanto ao tempo não eram famosas. Como pode ver-se, foram prevenidos os espectadores britânicos, bem acostumados ao clima detestável do país.
E, com efeito, foi muita a água que caiu. Os espectadores tiveram de abrigar-se da maneira possível desta chuva que, a partir do meio da tarde londrina, não deu tréguas.
Andy Roddick, um dos primeiros a entrar em acção, conseguiu, no entanto, escapar à intempérie e derrotou o tailandês Danai Udomchoke, em três partidas.
Quem também seguiu em frente foi Fernando Gonzalez. O chileno, bem habituado à relva de Wimbledon, foi mais forte que o colombiano Alejandro Falla.
Já o "branquinho" Roger Federer viu a sua partida ser interrompida, em definitivo, por volta das 16h, numa altura em que liderava, confortavelmente, o encontro que o opunha ao argentino Juan Martin del Potro. Bem encaminhado, então, para a sua 50ª vitória consecutiva sobre a superfície de relva.
O britânico Tim Henman também entrou em court, mas apenas por breves minutos, dado que o seu encontro da segunda ronda, contra o espanhol Feliciano Lopez, foi interrompido quando o marcador mostrava um 1-1 no primeiro parcial.
No lado das senhoras, Justine Henin carimbou passaporte para a terceira ronda, derrotando a russa Vera Dushevina, por 6-0 e 6-4.
Martina Hingis, depois de ter estado à beira da eliminação aqui, conseguiu ontem uma confortável vitória.
Contrariamente, Serena Williams voltou a sentir dificuldades. No entanto, a americana encontra sempre uma maneira de ultrapassá-las e, desta feita, foi a australiana Alicia Molik quem ficou pelo caminho.
Também Ana Ivanovic seguiu em frente, mas para a segunda ronda, vencendo, num dos encontros em atraso, Melinda Czink, por 6-0 e 7-6(7-3).
A irmã mais nova de Marat Safin, a russa Dinara Safina, garantiu igualmente presença na segunda ronda, depois de uma difícil vitória sobre a ucraniana Kateryna Bondarenko. Vai agora defrontar a japonesa Akiko Morigami.
Resultados do dia:
Em dia de actuação de Tim Henman, todas as orações britânicas lhe foram úteis para levar de vencida o espanhol Carlos Moya. Este fã incondicional muito sofreu, mas pôde sorrir no final.
Depois de muita luta, Henman venceu por 13-11 na quinta partida e garantiu acesso à segunda ronda.
Os dois jogadores cumprimentam-se amigavelmente no final da contenda, num gesto de grande desportivismo.
Quem também esteve na ordem do dia foi Rafael Nadal. O espanhol tornou fácil o encontro da primeira ronda frente ao americano Mardy Fish, vencendo em três sets.
Imagem típica dos jogos de Nadal. Um gesto que o espanhol repete, consecutivas vezes, antes de executar o golpe de serviço.
Marat Safin venceu também e está na segunda ronda, certamente com o pensamento na possível partida da terceira, contra Roger Federer.
Lleyton Hewitt demonstrou toda a sua garra e derrotou o tenista da casa Richard Bloomield. O australiano é um sério candidato à vitória final no torneio, ele que já venceu no All England Club, em 2002.
Novak Djokovic revelou também excelente forma e pode ser um perigoso outsider.
O francês Nicolas Mahut, que esteve muito próximo de vencer o torneio de Queen's, averbou mais uma vitória, desta feita frente ao seu compatriota Arnaud Clement. Quatro sets bastaram para somar a quarta vitória nesta etapa do Grand Slam, uma vez que vem do torneio de qualificação.
Jonas Bjorkman, semi-finalista da edição transacta, derrotou o espanhol Fernando Vicente e segue também em frente.
James Blake executa um excelente vólei. Talvez tenha estado aqui a chave do sucesso no jogo com o russo Igor Andreev. Pelo menos no vólei esteve bem melhor. Venceu por 6-3, 6-4 e 6-4.
Igor Andreev tentando imitar Boris Becker. Sem sucesso.
Maria Sharapova estreou-se hoje num torneio que venceu há três anos atrás. Conseguirá repetir o feito?
Hoje teve tarefa relativamente fácil, mas tempos mais duros se avizinham.
Por último, Venus Williams também segue para a ronda seguinte, mas o seu jogo esteve longe da perfeição, tendo sofrido muito para derrotar a russa Kudryavtseva. Mau augúrio?
Resultados do dia:
Como é já tradição, num torneio de tradições, a chuva voltou a aparecer e fez alguns estragos no primeiro dia de torneio.
Ainda assim, quase 14 mil espectadores encheram por completo as bancadas do court central, para assistir ao encontro do campeão em título, o primeiro de todos, como manda a tradição.
E já que falamos de tradição, Roger Federer cumpriu com a obrigação (tradição, a quanto obrigas) e vestiu-se a rigor, todo de branco. Os jogadores são obrigados a usar pelo menos 70% de roupa de cor branca.
Mais a sério, o suíço nº1 mundial, não facilitou e mostrou que estava ali era para despachar o assunto rapidamente. Venceu o azarado Teimuraz Gabashvili, por 6-2, 6-4 e 6-3.
Quem também resolveu bem o seu encontro da primeira ronda foi o norte-americano Andy Roddick, que derrotou, por 6-1, 7-5 e 7-6(7-5) o seu compatriota...
Justin Gimelstob, que bem se esforçou, de nada lhe valendo, contudo, as imitações de Boris Becker. Na foto, o famoso vólei em suspensão, que tão bem executava o alemão.
Fernando Gonzalez foi outro dos apurados para a segunda ronda. Apesar das maiores dificuldades sentidas, voltou a derrotar o americano Robby Ginepri, como fizera em Queen's, há duas semanas atrás.
No plano feminino, Justine Henin livrou-se facilmente da adversária da primeira ronda, vencendo por claros 6-3 e 6-0.
Já o mesmo não pode dizer Martina Hingis, que teve de suar muito para bater a inglesa Naomi Cavaday, salvando pelo meio dois match-points. No final, a vitória sorriu à suíça, por 6-7(1-7), 7-5 e 6-0.
Patty Schnyder apanhou também por um grande susto, frente à francesa Camille Pin, saindo vitoriosa apenas na terceira partida e por 8-6!
Por fim, o favorito da casa, Tim Henman, não pôde concluir o encontro mais esperado do dia, frente a Carlos Moya, apesar de ter disposto de quatro pontos para fazê-lo. Aqui, a sua resposta ao serviço típica de direita.
Moya, um especialista em terra batida, aguentou-se bem e levou a decisão do encontro para o segundo dia de prova.
Isto porque, ao fim de mais de 3 horas de encontro, não havia luz suficiente para prosseguir. Ambos estiveram de acordo neste aspecto, quando o resultado fixava 5-5 na "negra".
Resultados do dia:
Para encerrar a rúbrica "Ténis em relva", caracterizada pelos vídeos da semana do site da ATP, deixo aqui mais dois bons pontos, típicos da relva: um de Tim Henman -o britânico em quem os seus compatriotas tantas esperanças depositaram para uma conquista de Wimbledon-, em Queen's 2004 e outro de Justin Gimelstob, o sempre espectacular americano, a executar um vólei em suspensão, bem ao estilo de Boris Becker. Desfrutem!
Tim Henman
Justin Gimelstob