. Vídeos do Mutua Madrileña...
. #2 - Que é feito de...Gus...
Aquando da passagem pelo Recinto Ferial Casa de Campo, para assistir aos encontros do primeiro dia do Mutua Madrileña Masters Madrid, aproveitei também para fazer pequenos vídeos em algumas das partidas do dia. De seguida, podem ver os três momentos seleccionados, de entre os muito gravados para a posteridade.
O primeiro deles é referente ao encontro entre o escocês Andy Murray e o checo Radek Stepanek. Pessoalmente, esperava um belo embate entre estes dois, mas Murray esteve imparável, vencendo com facilidade um Stepanek muito inconstante no jogo de rede -para fazer frente ao afinado passing-shot do Murray arriscou em demasia.
O segundo foi captado já no único duelo de pares a que assisti. Os intervenientes até nem eram especialistas da variante, mas achei que valia a pena ver em acção David Nalbandan, Guillermo Cañas, Carlos Moya e, claro, o regressado Gustavo Kuerten. No vídeo, um ponto rápido, concluído pelo brasileiro, que se exibiu em bom plano, tendo inclusivé merecido uma ovação por parte do público entusiasta, que encheu quase por completo as bancadas da Pista Alcalá.
Faz hoje precisamente 10 anos que Gustavo Kuerten atingiu a sua primeira vitória em Roland Garros, derrotando o checo Slava Dosedel por 6-0, 7-5 e 6-1, no início de uma caminhada histórica que faria dele o primeiro brasileiro a conquistar um torneio de Grand Slam desde Maria Esther Bueno (US Open 1966) e o segundo jogador com ranking mais baixo (66º) a atingir tal feito.
Esse ano de 1997 marcou o aparecimento do brasileiro para a ribalta do ténis mundial. Ele que, antes do torneio de Roland Garros, figurava na 66º posição do ranking mundial e que nunca tinha conquistado nada de relevante enquanto tenista profissional (a não ser o torneio de pares do Estoril Open nesse mesmo ano), surpreendeu o mundo inteiro ao vencer o torneio parisiense, derrotando os campeões das três anteriores edições pelo caminho. Thomas Muster, vencedor em 1995, foi o primeiro, em cinco emocionantes sets, na terceira ronda; Yevgueny Kafelnikov, vencedor em 1996, também não foi capaz de travar o brasileiro e perdeu, igualmente em cinco sets, nos quartos-de-final; Sergi Bruguera, vencedor em 1994, foi o último e o que menos resistência ofereceu. Com parciais de 6-3, 6-4 e 6-2, o extravagante Guga, vestido com as cores do Brasil, vencia o torneio de Roland Garros e inscrevia o seu nome na Taça dos Mosqueteiros.
No entanto, o brasileiro tardou em afirmar-se no circuito e em voltar a conseguir resultados de relevo. 1998 foi um ano fraco para as suas aspirações e 1999 não foi muito melhor. Apesar das vitórias nos Masters Series de Monte Carlo e Roma, Guga fraquejou nos quartos-de-final em Roland Garros, às mãos de um renascido ucraniano Andrei Medvedev, que viria a perder a final para um também renascido Andre Agassi, naquela que foi uma das mais incríveis finais da última década. E nem o facto de ser quarto-finalista em Wimbledon e no US Open salvou a época menos boa do brasileiro.
Mas em 2000, Guga voltaria a entrar nos eixos. Venceu na sua "terra prometida", Paris, derrotando o russo Yevgueny Kafelnikov nos quartos-de-final (como acontecera em 1997 e viria a contecer em 2001) e o sueco Magnus Norman na final, e foi conseguindo resultados constantes durante todo o ano, que terminou com a vitória na Masters Cup de Lisboa e a conquista do primeiro lugar do ranking. Um ano em cheio, portanto, que teve seguimento em boa parte do seguinte. 2001 foi ano de nova vitória em solo parisiense, mas também de conquistas nos Masters Series de Monte Carlo e Cincinnati. Só que 2001 marcou também o início dos problemas físicos do brasileiro, que, desde então, se tem visto a braços com lesões constantes.
No período que medeia a época de 2002 e a época de 2007, destaque apenas para a boa prestação em Roland Garros 2004, no qual atingiu os quartos-de-final (derrotou Roger Federer pelo caminho) e para conquistas em torneios de menor categoria.
Já este ano, tentou regressar ao circuito, mas os maus resultados levaram-no a optar por resguardar-se, tendo inclusivé recusado um wildcard (convite) para participar no "seu" torneio de Roland Garros, para tristeza de muitos fãs, espalhados por todo o mundo. Tem agora 30 anos e ocupa o 664º lugar do ranking mundial.
Vídeos sobre Gustavo Kuerten:
http://www.youtube.com/watch?v=tzFWVnkBv-M
http://www.youtube.com/watch?v=Jp4h247Qa8k
http://www.youtube.com/watch?v=sho_sXYRGNs
http://www.youtube.com/watch?v=HI8r-2cMOTE