. Choque!
. A despedida de Paola Suár...
. Ténis em relva - Nottingh...
Que Rafael Nadal não é o maior adepto dos pisos rápidos indoor (greenset) já todos sabíamos; de que Nalbandian é exímio neste tipo de superfície, apesar da má temporada que tem vindo a realizar, também não duvidávamos; que a partida pudesse ser muito disputada e de vencedor incerto -pese embora o favoritismo de Nadal- já suspeitávamos; o que nunca imaginámos, certamente, foi esta copiosa derrota que o tenista das pampas inflingiu ao maiorquino, no Masters Series de Madrid. 6-1 e 6-2 foram os parciais de um encontro de sentido único, em que Nalbandian jogou o seu melhor ténis e Nadal esteve irreconhecível. Foi a mais dura derrota do espanhol em eventos ATP, apenas igualada pela que sofreu em Lyon, em 2004, frente a Julien Benneteau (6-3 e 6-0).
Todo o mediatismo em torno da despedida de Tim Henman do circuito ATP acabou por ofuscar um pouco a retirada da argentina Paola Suárez, uma excepcional jogadora que se tornou na primeira sul-americana a ocupar o posto de nº1 mundial de pares, durante 87 semanas, e que figurou ainda no top-10 da mais exigente variante de singulares.
Paola Suárez iniciou a sua carreira profissional em 1994, numa fase em que a argentina Gabriela Sabatini, grande referência do ténis no país das pampas e responsável indirecta pela aposta de Suárez no ténis profissional, se encontrava na curva descendente da sua carreira. Vista como uma possível sucessora de Sabatini, Paola Suárez acabou por não conseguir resultados tão relevantes em singulares, conquistando apenas 4 títulos no circuito WTA e tendo em Roland Garros 2004 a sua melhor prestação num torneio do Grand Slam (meias-finais); em contrapartida, a carreira na variante de pares, em conjunto com Virginia Ruano-Pascual, foi a todos os níveis excepcional, ficando marcada pela conquista de oito provas do Grand Slam -uma no Open da Austrália (2004), quatro em Roland Garros (2001, 2002, 2004 e 2005) e três no Open dos EUA (2002, 2003 e 2004)-, bem como pela vitória no Masters (2003) e pelas diversas finais no All England Club (2002, 2003 e 2006).
Em 2005, após a vitória obtida em Roland Garros, Suarez foi obrigada a parar durante quase um ano, fruto de uma lesão na anca, da qual nunca viria a recuperar totalmente. Aos 30 anos, e depois de 14 temporadas ao mais alto nível, anunciou a retirada e despediu-se do ténis profissional no court 11 do complexo de ténis de Flushing Meadows perante algumas centenas de espectadores que lhe renderam uma merecida homenagem.
Venus Williams bateu o recorde de velocidade de serviço do circuito feminino. Frente à húngara Kira Nagy, na ronda inaugural do Open dos EUA, a norte-americana executou um serviço a 208 km/h e ultrapassou a anterior melhor marca -207 km/h em Roland Garros'07, também da sua autoria-, afirmando-se como a tenista com o serviço mais poderoso do circuito WTA.
É certo que Brenda Schultz-McCarthy, a holandesa que aos 36 anos está de regresso ao activo, "golpeou" uma bola a 209 km/h no passado torneio de Cincinnati, mas a marca não foi homologada por ter sido obtida durante o qualifying do referido evento. E a verdade é que o "título" está muito bem nas mãos de Williams, uma vez que esta continua a ser aquela que mais regularmente serve acima dos 200 km/h, uma velocidade bem impressionante para as senhoras (e para muitos homens) e que vem comprovar o aumento da potência de jogo no circuito feminino.
Ainda assim, esta marca não chega, naturalmente, para assustar as melhores do circuito ATP. Actualmente, o recorde masculino de velocidade de serviço pertence ao norte-americano Andy Roddick, que serviu a 246 km/h(!) no torneio de Queen's de 2004.
O Nuno Marques jogador foi, indubitavelmente, um dos melhores (se não o melhor) tenistas portugueses de sempre, tendo sido o único a lograr uma entrada no top-100 -foi 86º em Setembro de 1995- do ranking mundial ATP.
E o Nuno Marques treinador, fruto do excelente e meritório trabalho que tem vindo a desenvolver, parece estar também no caminho do sucesso, tendo anteontem visto, pela primeira vez na sua ainda curta carreira, um pupilo seu sagrar-se campeão nacional, no caso Francisco Ramos, na categoria de sub-14. Em entrevista ao jornal O Jogo, Nuno Marques aceitou falar do ténis em Portugal, em particular do que concerne aos mais jovens e às condições que existem para que estes possam singrar no ténis mundial. Abaixo deixo o link para a tal entrevista, bem como um outro, muito interessante, para uma entrevista que o mesmo Nuno Marques deu ao entretanto extinto blog Quarto Árbitro, há pouco mais de três anos atrás, entrevista essa em que falava, entre outras coisas, das promessas do ténis português de então. Naturalmente, nomes como Leonardo Tavares, Frederico Gil ou Frederico Marques vieram à baila. Do primeiro, dizer que estará a passar ao lado de uma carreira promissora, em virtude das inúmeras lesões que o têm afectado; o segundo todos nós conhecemos bem e é, actualmente, o melhor português no circuito ATP, fruto de uma consistência notável; já o terceiro, Frederico Marques, apesar do apelido ser de campeão, não conseguiu nunca afirmar-se, nem mesmo a nível interno. Será, agora, interessante ver aquilo de que será capaz este Francisco Ramos, sabendo que não será por falta de orientação de qualidade que não chegará bem longe.
Duas conversas com um dos nomes mais respeitáveis do ténis português, cuja opinião tem um valor acrescido por tudo o que o portuense teve de passar enquanto construiu a sua carreira tenística.
Para encerrar a rúbrica "Ténis em relva", caracterizada pelos vídeos da semana do site da ATP, deixo aqui mais dois bons pontos, típicos da relva: um de Tim Henman -o britânico em quem os seus compatriotas tantas esperanças depositaram para uma conquista de Wimbledon-, em Queen's 2004 e outro de Justin Gimelstob, o sempre espectacular americano, a executar um vólei em suspensão, bem ao estilo de Boris Becker. Desfrutem!
Tim Henman
Justin Gimelstob